'Por que eles temem ser chamados de golpistas? Porque é o que são', diz Dilma

"Disseram que eu viria na ONU para falar mal do Brasil. Eu vim falar a verdade. Tivemos uma participação decisiva na COP21. Vocês têm que se orgulhar disso", afirmou

Escrito por: Rede Brasil Atual • Publicado em: 23/04/2016 - 10:39 Escrito por: Rede Brasil Atual Publicado em: 23/04/2016 - 10:39

Opera Mundi – “Eu lamento que nesse período, enquanto eu saía do Brasil (para vir para Nova York), tenha sido escrito um editorial a meu respeito, de forma precipitada. Isso mostra que eles temem ser taxados de golpistas. Sabem por quê? Porque é o que eles são”, foi o que afirmou a presidente Dilma Rousseff, durante entrevista coletiva concedida à imprensa em Nova York na noite de ontem (22).

Apesar de não citar nominalmente, a mandatária se referia à opinião expressa pelo jornal Folha de S. Paulo quinta-feira (21) em editorial intitulado “Golpe na ONU”.

Dilma viajou para Nova York para participar, ontem, da cerimônia de assinatura do Acordo de Paris sobre Mudança do Clima, que envolve metas para reduzir a emissão de gases do efeito estufa por parte dos países signatários.

A presidenta afirmou que caso o processo de impeachment culmine em seu afastamento, acionará a cláusula democrática do Mercosul. "Eu alegarei a cláusula inexoravelmente se caracterizar de fato, a partir de agora, uma ruptura do que eu considero um processo democrático". Tal mecanismo do bloco integracionista pode ser invocado quando um governo eleito é destituído por vias não democráticas, tal como ocorreu com o Paraguai com a destituição de Fernando Lugo.

Sobre o fato de não ter dito na Assembleia da ONU a palavra “golpe”, Dilma esclareceu: “Disseram que eu viria na ONU para falar mal do Brasil. Eu vim falar a verdade. Tivemos uma participação decisiva na COP21. Sem nós, essa conferência não seria o sucesso que foi. Vocês têm que se orgulhar disso”.

Com relação às possíveis dúvidas a respeito de ser ou não um golpe de Estado o processo que está em curso no país, a mandatária ofereceu a seguinte explicação: “Golpe é um mecanismo pelo qual você retira (alguém) do poder por razões que não estão expressas na lei ou no acordo institucional no qual o país vive”. E explicou didaticamente o que são pedaladas fiscais e os chamados decretos administrativos usados contra ela no processo.

Dilma esclareceu ainda que não se trata de um golpe militar e ironizou ao dizer que o modelo atual precisa apenas de uma mão: “Você rasga a Carta Constitucional e está dado o golpe. Rasga os princípios democráticos e está dado o golpe”.

A mandatária também negou que esteja se fazendo de vítima, tal como foi afirmado por alguns setores no Brasil: “Eu sou vítima de um processo infundado. É uma questão de injustiça e não fui eu que escolhi estar nessa situação”.

Questionada sobre o processo de impeachment que agora será julgado pelo Senado, Dilma afirmou que vai se esforçar “muito para convencer os senadores”, juntamente com seus ministros para prestar os devidos esclarecimentos, já que na Câmara dos Deputados “não tivemos o respaldo necessário” para a defesa.

Por fim, disse que vai defender o mandato dado legitimamente por mais de 54 milhões de brasileiros e voltou a dizer que se a presidente do país é vítima de um processo como este “com um vice conspirador, o que dizer da população quando seus direitos forem afetados?”.

Questionada sobre como sua família está encarando esse processo, disse que “com tristeza”, mas pediu que seus familiares sejam poupados disso.

Título: 'Por que eles temem ser chamados de golpistas? Porque é o que são', diz Dilma, Conteúdo: Opera Mundi – “Eu lamento que nesse período, enquanto eu saía do Brasil (para vir para Nova York), tenha sido escrito um editorial a meu respeito, de forma precipitada. Isso mostra que eles temem ser taxados de golpistas. Sabem por quê? Porque é o que eles são”, foi o que afirmou a presidente Dilma Rousseff, durante entrevista coletiva concedida à imprensa em Nova York na noite de ontem (22). Apesar de não citar nominalmente, a mandatária se referia à opinião expressa pelo jornal Folha de S. Paulo quinta-feira (21) em editorial intitulado “Golpe na ONU”. Dilma viajou para Nova York para participar, ontem, da cerimônia de assinatura do Acordo de Paris sobre Mudança do Clima, que envolve metas para reduzir a emissão de gases do efeito estufa por parte dos países signatários. A presidenta afirmou que caso o processo de impeachment culmine em seu afastamento, acionará a cláusula democrática do Mercosul. "Eu alegarei a cláusula inexoravelmente se caracterizar de fato, a partir de agora, uma ruptura do que eu considero um processo democrático". Tal mecanismo do bloco integracionista pode ser invocado quando um governo eleito é destituído por vias não democráticas, tal como ocorreu com o Paraguai com a destituição de Fernando Lugo. Sobre o fato de não ter dito na Assembleia da ONU a palavra “golpe”, Dilma esclareceu: “Disseram que eu viria na ONU para falar mal do Brasil. Eu vim falar a verdade. Tivemos uma participação decisiva na COP21. Sem nós, essa conferência não seria o sucesso que foi. Vocês têm que se orgulhar disso”. Com relação às possíveis dúvidas a respeito de ser ou não um golpe de Estado o processo que está em curso no país, a mandatária ofereceu a seguinte explicação: “Golpe é um mecanismo pelo qual você retira (alguém) do poder por razões que não estão expressas na lei ou no acordo institucional no qual o país vive”. E explicou didaticamente o que são pedaladas fiscais e os chamados decretos administrativos usados contra ela no processo. Dilma esclareceu ainda que não se trata de um golpe militar e ironizou ao dizer que o modelo atual precisa apenas de uma mão: “Você rasga a Carta Constitucional e está dado o golpe. Rasga os princípios democráticos e está dado o golpe”. A mandatária também negou que esteja se fazendo de vítima, tal como foi afirmado por alguns setores no Brasil: “Eu sou vítima de um processo infundado. É uma questão de injustiça e não fui eu que escolhi estar nessa situação”. Questionada sobre o processo de impeachment que agora será julgado pelo Senado, Dilma afirmou que vai se esforçar “muito para convencer os senadores”, juntamente com seus ministros para prestar os devidos esclarecimentos, já que na Câmara dos Deputados “não tivemos o respaldo necessário” para a defesa. Por fim, disse que vai defender o mandato dado legitimamente por mais de 54 milhões de brasileiros e voltou a dizer que se a presidente do país é vítima de um processo como este “com um vice conspirador, o que dizer da população quando seus direitos forem afetados?”. Questionada sobre como sua família está encarando esse processo, disse que “com tristeza”, mas pediu que seus familiares sejam poupados disso.



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