“Nosso discurso é apenas diagnóstico”, diz Márcio Pochmann

Economista chama atenção para um novo método de diálogo e mobilização da classe trabalhadora

Escrito por: Redação CNTRV • Publicado em: 05/04/2019 - 15:02 • Última modificação: 05/04/2019 - 15:38 Escrito por: Redação CNTRV Publicado em: 05/04/2019 - 15:02 Última modificação: 05/04/2019 - 15:38

Diego Orejuela

                Abrindo os debates do 11.º Congresso da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Vestuário da CUT, CNTRV, que foi aberto oficialmente na noite dessa quinta-feira, 4, na cidade de São Paulo,  o economista da Fundação Perseu Abramo, Márcio Pochmann fez uma avaliação sobre os métodos utilizados pelas entidades sindicais no processo de mobilização e as transformações políticas e econômicas que impactam no mundo do trabalho. “Temos um discurso que só faz diagnóstico. Que está ruim, os trabalhadores já sabem. Quem dirige um sindicato precisa dirigir a categoria rumo às soluções”, avaliou Pochmann.

                Para o economista, o fato dos trabalhadores participarem efetivamente de outras organizações, como das igrejas, por exemplo, é uma questão a ser analisada com profundidade pelo movimento sindical. “Há muito a aprender com as assembleias religiosas”, destaca. “Nosso discurso é muito negativo. Não agrega nada na busca de soluções. Não estou orientando ninguém  a inventar soluções que não existem,  mas é preciso ter um discurso que agrega as pessoas entorno da esperança de que uma realidade melhor é possível”.

 

Novo método

                Encontrar um novo método para mobilizar e organizar a classe trabalhadora é, na visão de Pochmann, o grande desafio do movimento sindical brasileiro. Ele destacou elementos como comunicação e marketing sindical, prestação de serviços e qualificação profissional. “As entidades precisam observar os trabalhadores como um todo e representa-los com um todo. É preciso definir um método que contemple todas as necessidades básicas da classe trabalhadora”.

 

O trabalho do futuro

                Pochmann falou da conjuntura política e econômica e como ela interage com o emprego, o trabalho e a representação sindical. Na visão do economista, caso Bolsonaro consolide a reforma da Previdência, o próximo passo será a chamada “Carteira de Trabalho Verde e Amarela” que se propõe em destruir ainda mais direitos. Ele citou ainda a reforma trabalhista, a terceirização e o grande número de trabalhadores que vivem hoje na informalidade e como isso impacta na ação sindical. “Foi o tempo em que os sindicatos se consolidavam representando trabalhadores formais. O número de informais só cresce e qual será a resposta sindical”? questiona.

 

“Lula é preso político, sem crime e sem provas”, diz secretário sindical do PT

                Paulo Cayres, que também preside a Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT, CNM, fez uma análise sobre a militância partidária dos dirigentes sindicais e a necessidade de fortalecer a luta sobre a liberdade de Lula e defesa do Partido dos Trabalhadores. O sindicalista aponta que essa é uma responsabilidade de todos os filiados do Partido e que a militância partidária será um fator elementar para a retomada da democracia e dos direitos.

 

Trajano: “O governo não vai parar na MP 873”

                Para a presidenta da CNTRV, Cida Trajano, a única forma de barrar as medidas destrutivas à organização dos trabalhadores e trabalhadoras será a derrota da reforma da Previdência. “Derrotar essa reforma vai além das questões de previdência e aposentadoria, significa derrotar o governo e fragilizar suas propostas futuras que possam ”, avalia.

Título: “Nosso discurso é apenas diagnóstico”, diz Márcio Pochmann, Conteúdo:                 Abrindo os debates do 11.º Congresso da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Vestuário da CUT, CNTRV, que foi aberto oficialmente na noite dessa quinta-feira, 4, na cidade de São Paulo,  o economista da Fundação Perseu Abramo, Márcio Pochmann fez uma avaliação sobre os métodos utilizados pelas entidades sindicais no processo de mobilização e as transformações políticas e econômicas que impactam no mundo do trabalho. “Temos um discurso que só faz diagnóstico. Que está ruim, os trabalhadores já sabem. Quem dirige um sindicato precisa dirigir a categoria rumo às soluções”, avaliou Pochmann.                 Para o economista, o fato dos trabalhadores participarem efetivamente de outras organizações, como das igrejas, por exemplo, é uma questão a ser analisada com profundidade pelo movimento sindical. “Há muito a aprender com as assembleias religiosas”, destaca. “Nosso discurso é muito negativo. Não agrega nada na busca de soluções. Não estou orientando ninguém  a inventar soluções que não existem,  mas é preciso ter um discurso que agrega as pessoas entorno da esperança de que uma realidade melhor é possível”.   Novo método                 Encontrar um novo método para mobilizar e organizar a classe trabalhadora é, na visão de Pochmann, o grande desafio do movimento sindical brasileiro. Ele destacou elementos como comunicação e marketing sindical, prestação de serviços e qualificação profissional. “As entidades precisam observar os trabalhadores como um todo e representa-los com um todo. É preciso definir um método que contemple todas as necessidades básicas da classe trabalhadora”.   O trabalho do futuro                 Pochmann falou da conjuntura política e econômica e como ela interage com o emprego, o trabalho e a representação sindical. Na visão do economista, caso Bolsonaro consolide a reforma da Previdência, o próximo passo será a chamada “Carteira de Trabalho Verde e Amarela” que se propõe em destruir ainda mais direitos. Ele citou ainda a reforma trabalhista, a terceirização e o grande número de trabalhadores que vivem hoje na informalidade e como isso impacta na ação sindical. “Foi o tempo em que os sindicatos se consolidavam representando trabalhadores formais. O número de informais só cresce e qual será a resposta sindical”? questiona.   “Lula é preso político, sem crime e sem provas”, diz secretário sindical do PT                 Paulo Cayres, que também preside a Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT, CNM, fez uma análise sobre a militância partidária dos dirigentes sindicais e a necessidade de fortalecer a luta sobre a liberdade de Lula e defesa do Partido dos Trabalhadores. O sindicalista aponta que essa é uma responsabilidade de todos os filiados do Partido e que a militância partidária será um fator elementar para a retomada da democracia e dos direitos.   Trajano: “O governo não vai parar na MP 873”                 Para a presidenta da CNTRV, Cida Trajano, a única forma de barrar as medidas destrutivas à organização dos trabalhadores e trabalhadoras será a derrota da reforma da Previdência. “Derrotar essa reforma vai além das questões de previdência e aposentadoria, significa derrotar o governo e fragilizar suas propostas futuras que possam ”, avalia.



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